Em ritmo de grandes produções, carioca passou por metamorfose para dar vida a personagem com câncer
12 kg a menos em três meses, adeus aos cabelos e pelos do corpo, e uma completa transformação física. O ator Chris Manos viu seu corpo mudar totalmente para viver seu primeiro protagonista no cinema, o motoboy Reinaldo, vítima de câncer terminal em “O Que Ninguém Vê”, longa de Lucas Romor, gravado em junho, no Guarujá (SP). O versátil ator carioca de 32 anos conta como foi o processo:
“O processo de um ator é descobrir camadas e aprofundar as histórias. Recebi com alegria esse convite do Lucas Romor, que é um amigo que a arte me deu. Sabia da responsabilidade de abraçar esse trabalho, que é muito real em diversos lares brasileiros. 80% desse longa metragem é em cima do Reinaldo. Assumi o compromisso com responsabilidade e sou muito atento a minha profissão. Faltando 3 meses para as gravações, estava pesando quase 80kg, e com a ajuda do Dr. Alexandre Albuquerque, mudei toda a minha alimentação, inseri exercícios físicos à minha rotina e absorvi referências, como Christian Bale, em “O Operário” e Jared Letto, no premiado Clube de Compra Dallas”. Com muito esforço e dedicação cheguei aos 66kg no início das filmagens e isso me ajudou muito a estar imerso na pele de um motoboy com câncer de próstata em fase de tratamento oncológico”, descreve Chris.
No drama, o protagonista tem que lidar com o estado terminal da doença, e mesmo com o agravante dos sintomas, não consegue se dar ao luxo de parar de trabalhar e continua a se arriscar todos os dias no trânsito da cidade. É casado com Ingrid (Amanda Simão) e sonha em ser pai, mas ela teme por sua morte precoce e pela ideia de se tornar mãe solo. Um dia, Reinaldo recebe a notícia que sua esposa sofreu um acidente e entrou em coma e sua vida muda completamente quando se vê preso a uma nova rotina que o leva a escolhas perversas. O filme tem direção de Lucas Romor e produção executiva de Paula Lage (TV Globo e Globo Play).
“Fizemos uma preparação árdua para tentar entender a psicologia e as nuances físicas dessa personagem. Virei quase um advogado do diabo, defendendo as atitudes do personagem. Eu e Amanda Simão, que faz a Ingrid, minha esposa na trama. Visitamos o Acreditando, centro de reabilitação na zona sul de São Paulo. Lemos muito sobre, fizemos aulas de yoga e ensaiamos falas, trejeitos e cenas junto do preparador Daniel Ratto, que foi essencial na busca destas personalidades”, revela o ator.
Com 15 anos de carreira, Chris Manos atuou em mais de vinte peças teatrais e nove filmes, além de participações em telenovelas da Rede Globo (Boggie Oogie, A Força do Querer, Deus Salve o Rei e Malhação), séries, videoclipes e comerciais de televisão. Em outubro, Chris também lançará a superprodução nacional “O Sequestro do Voo 375”, com direção de Marcus Baldini (Bruna Surfistinha) e produção dos Estúdios Escarlate e Star + (Disney). O filme está entre os recordistas de orçamento no cinema brasileiro e relata a história real, ocorrida em 1988, quando um homem armado sequestrou voo da companhia aérea VASP e tentou lançar a aeronave no Palácio do Planalto, em Brasília.
O ator também está no elenco de “Madame Durocher”, biografia da primeira mulher considerada médica no Brasil. A obra tem roteiro de Rita Buzzar e direção de Dida Andrade e Andradina Azevedo (“Eike – Tudo ou Nada”), uma produção da Nexus, Claro e distribuição da Sony Pictures. No longa, Chris contracena com a protagonista Sandra Corveloni, vencedora do prêmio de melhor atriz em Cannes, por “Linha de Passe”.